Cartas de Dezembro (20)



“Nós somos construtores do nosso próprio destino”

Eu só queria dormir.

Não tinha vontade de fazer nada e nem de ver ninguém. Pra quê? Eles nunca acrescentaram nada em minha vida porque deixavam bem claro que eu era uma inútil.

É bem estranho este modo de amar quando você afirma para o outro que ele é um nada e que ninguém liga pra ele. Era assim que os meus familiares mostravam que me amavam, me julgando e criticando tudo o que eu fazia.

A vontade era de fugir dali, mas ir pra onde? Com quem? Eu estava sozinha, isso era um fato e meu desespero era tanto que eu me frustrava com gestos simples de afetividade que via por aí.

Sinceramente quando se está numa pior a alegria dos outros só incomoda, mas não é por mal, irrita mesmo. Eu não tive uma base religiosa que me fizesse crer que as coisas podiam melhorar. Pra mim era só aquilo mesmo.

Eu tentei mudar e num dia onde as coisas deram muito errado eu andei sem rumo, andei tanto que nem sabia mais onde estava. Eu fiquei tão confusa pelo caminho que me deparei com uma confusão absurda.

Observei pessoas de um aspecto diferente do meu e achei que aquilo tudo podia ser reação do meu antidepressivo. Foi uma viagem, como um filme de ficção sabe? Sei lá foi tanto tempo desse jeito. Até que eu encontrei uma moça que estava trabalhando.

Eu achei lindo o que ela fazia.
Servia água, comida e limpava as pessoas que estavam por ali. Quando eu cheguei nem percebi que também precisava de ajuda. Ela me abraçou e sentou pra conversar comigo porque disse que eu precisava de atenção.

Eu precisava mesmo.

Ninguém nunca tinha me tratado tão bem e ela só me ouviu. É muito importante olhar nos olhos e ouvir sem pressa, deixar as pessoas falarem dos seus problemas ou do que tiverem vontade demonstra que é bom e amoroso.

Ela me ajudou.

Eu voltei pra casa, mas não tinha ninguém ali. Havia se passado muito tempo. Eu vi uma senhora que disse que o tempo havia se desgastado assim como as muitas ambições daqueles que viviam ali. Eu precisava dar um rumo pra minha vida. Eu vi um caminho de luz tão forte que me fez chorar e quando atravessei cheguei num jardim maravilhoso, este era o meu paraíso.

Eu vivo neste local desde então.

Lá, eu trabalho e estudo, tenho amigos e todos se respeitam. Preciso aprender tanto e tenho vontade. O mais importante é saber que nós entramos na vida uns dos outros para que possamos nos unir num mesmo ideal que é transformar o mundo em um local apropriado para o nosso aprendizado, desenvolver nossas potencialidades sem barreiras afetivas, sem melancolias ou frustrações.
Um dia será melhor para todos nós.
Suzete
04/12/16

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Não importa quando todos dizem que se está errado.

O certo aparece quando o que você faz gera algum tipo de conforto ou bem estar para outros. Quando o nosso projeto de vida beneficia apenas um, não é um projeto bem estruturado.

O ideal é que seja coletivo, é pensar no todo.

Eu guardo dentro de mim ambições que um dia, se Deus quiser, colocarei em prática. Já fracassei inúmeras vezes, seduzido pela matéria, mas acredito que numa próxima oportunidade tudo será satisfatório.

Não julgo aqueles que veneram a matéria, nem tão pouco, os que não confiam no que afirmo, todos devem ser livres para raciocinarem como desejarem, mas no que insisto é que tudo o que uma pessoa pensa pode se tornar realidade e quando aliamos a nossa vontade de fazer o bem com a vontade de outras pessoas, não tem como dar errado.

Acho que o que aconteceu foi que me aliei com pessoas que não tinham as mesmas ambições.

Quem tem um grupo forte que agradeça a Deus.

Uma andorinha só não faz verão, isso era o que a mamãe dizia. Ela tinha razão. Eu não fiz nada dos meus sonhos. Eles apenas latejaram dentro de mim.

Daqui eu sigo fazendo planos e tentando me aliar com um grupo forte. Já conheço pessoas que estão engajadas nisto ou naquilo, mas eu mesmo nada (risos). Sei lá.

Tenho pensado no que Deus quer para mim. Acho que é uma pergunta bem frequente.

O importante é deixar pra vocês esta reflexão:
O que vocês fizeram para outras pessoas nos últimos dias, nos últimos meses?

Quando se importaram realmente com alguém que não fossem vocês próprios?

Eu queria que no futuro nós só fizéssemos aos outros o que desejamos para nós. Seria possível? Boa sorte pra todos.
Euclides
04/12/16

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E a banda tocou novamente na noite de Natal.

Eu tinha quinze anos e adorava música. Quanta ilusão guarda o coração de um moça de quinze anos... Eu sonhava com tantas coisas. Com casamento, filhos, até com profissão eu sonhava.

Mas não deu tempo de fazer nada disso. Eu vi como ele me olhava, no início fiquei constrangida porque vi que ele estava com a esposa do lado. Achei feio, ela era linda e aquele homem com a mulher do lado me olhava com um olhar estranho. Quis sair dali, mas minha mãe queria ouvir a banda.

Bastou um pequeno descuido pra que nos distraíssemos e eu me afastasse da mamãe. Não direi os detalhes porque não é permitido, basta que vocês saibam que este foi o motivo de estar deste lado.

Os homens podem ser muito cruéis. Agem como monstros em nome do desejo. Eu não suportei tamanha violência e desencarnei. Ninguém nunca soube o que ocorreu de fato. Quem havia feito aquilo.

Eu sabia e não consigo esquecer.

Já perdoei porque infelizmente este homem vive como um animal, eu só tenho pena dele e dos seus familiares. Ninguém merece viver com alguém assim.

Desrespeitar uma mulher desta forma é sórdido porque todos nós tivemos que passar por um corpo feminino pra reencarnarmos, passar por um útero para ganhar um corpo material.

É indispensável que aprendamos a nos respeitar.

O respeito não está relacionado a sexo ou idade específico. O respeito deve pertencer a todos sem distinção.

Os mais velhos devem respeitar os mais jovens e os homens devem respeitar todas as mulheres, não apenas as mulheres do seu convívio.

Pensar que poderia acontecer com uma filha ou uma irmã dele. Seria bom? Seria justo?
Em se tratando de justiça entendam que todos nós temos os nossos resgates e eu necessitei saber dos erros do meu passado para compreender melhor o porquê havia atraído esta triste situação para o meu plano.

Eu entendi, compreendo, mas não justifica alguém ser conivente com um ato terrível, entendem?

É assim: alguém deve morrer, alguém tem que matar.
Vai ser você?
Então: Não é porque eu tenho que colher que uma pessoa qualquer entra no meu caminho e me tortura, isso justifica a ação?

Enquanto nos conformarmos com as ações por conta destas justificativas estaremos colocando panos quentes.

O criminoso deve ser perdoado como se deixasse pra lá aquilo que magoou, aquilo que feriu o outro.

Eu perdoei sim, de outra forma seria impossível falar sobre o ocorrido. Hoje presto assistência a vítimas de estupro deste lado e também do outro, para as que ainda continuam vítimas encarnadas.

Nós tentamos neutralizar as imagens que insistem em perseguir a vítima. Vou reencarnar e pretendo atuar como juíza porque a justiça humana deve ser melhor estruturada. Compreendo os desígnios do Pai e, por isso, tento servir e trabalhar para melhorar nosso caminho evolutivo.
Agradecida estou.
Lúcia
04/12/16

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Nós só desejamos ter um lugar pra morar com nossas crianças.

Foi errado?

Foi, mas não tinha outro caminho. Chegar na cidade com um monte de crianças, todos com fome e sem lugar pra ficar... Foi o que deu pra fazer.

A gente construiu uns barracos na intenção de ficar uns dias, pra proteger do frio e da chuva. Na Bahia era um calor danado, chega aqui um frio.

Juntando papelão pra ver se esquentava e nenhum trabalho pro Jorge. A fome bateu e o lixo aceitou a gente.

Comemos o que tinha e ainda dividimos com o cachorro que veio se refastelar com a gente.

O caso é que tem muita coisa boa no lixo viu? Muita coisa. A gente deu sorte porque ficava numa área perto de uns condomínios de gente fina.

Deu pra comer gostoso, até estranhei.

Depois de uns meses ficaram sabendo que a gente tava ali. E falaram pra gente sair, mas sair pra onde?

Eles nem iam fazer nada do terreno. Esperaram a gente dormir e colocaram fogo. Que horror! Nem posso traduzir as cenas, o cheiro e o calor. O barraco incendiando.

Uma tristeza. O cachorro correu e nós também. Ficamos sem o nosso tetinho e fomos pro relento.

Ninguém morreu disso não. Mas passou frio, tanto frio que deu pneumonia e aí sim. Outros de nós era doença de rato de água de chuva.

E assim fomos nos acabando. Ninguém pra ajudar.

Projeto social? Não chegou pra gente não.

Tem muitos que sofrem, são tantos e tantos. Vocês até que podiam abrir os olhos. Tentar ver o contraste que dá entre eles e vocês. Reclamando aí tendo tudo na mesa. Querendo reformar a casa que ta tão linda. Pra quê?

Pensar um pouco no outro pelo menos no Natal.
Pra ver se conscientiza, é bom.
Que Deus ampare porque tá difícil achar amor.
Benta
04/12/16





“Nós somos construtores do nosso próprio destino”


Quando as lembranças voltaram foi como uma vida repleta de momentos incríveis.

Foram lembranças que me fizeram rir e chorar de uma vez só. Tudo ao mesmo tempo eu saboreava aqueles instantes onde fui tão imensamente feliz.

Eu me lembrei de fatos marcantes em várias épocas da última jornada, mas depois me lembrei também de outras épocas, de outras vidas onde fui homem, mulher, criança. Tudo a enriquecer meu arsenal de memórias.

Tudo o que me fazia ser quem sou.

Tudo o que justificava minha essência, minhas limitações e meus porquês. Minha bagagem de vida estava cheia de momentos inesquecíveis e eles só eram importantes porque traziam lembranças e sentimentos relacionados à pessoas especiais pra mim.

Pessoas como filhos e esposas, irmãos e pais. Eu sou grato e também sou feliz. Não foi fácil sempre, nunca foi fácil. Eu tive provas interessantes onde acreditei que não seria possível resolver nada, mas o melhor, eu sempre triunfei porque tive fé.

Deus coloca a carga que podemos carregar, nunca uma pesagem acima das nossas forças. Eu consegui e utilizei estas experiências para adquirir afetos. Pessoas que mesmo distantes são necessárias pra mim.

Elas estão encarnadas ou desempenhando tarefas em outros locais, mas mesmo assim, sei que estamos unidos no amor.

A vida é breve, um curto espaço de tempo. Nós devemos ter consciência disso e saber aproveitar com delicadeza os instantes que são indispensáveis para nossa elevação.

Outros momentos servem apenas para desviar nossa atenção, para nos ludibriar. Ficar atentos para aproveitar bem o tempo que nos é concedido.

Eu sou feliz! Agradeço a Deus por tudo o que me envolve e desejo a vocês o melhor Natal que existir.

Desejo que possam ver, desejo que possam sentir.

Que possam manifestar o amor de Deus em cada gesto, em cada ação. Que seja do bem. Que Jesus impere nos lares.
Caifás
11/12/16


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Foi um dia lastimável.

Eu não sei dizer se os acidentes existem porque aprendo a cada dia que a espiritualidade permite que as coisas aconteçam ou não. Meu marido guardava a arma em casa para nossa segurança. Isso era o que ele sempre dizia. Quem é que poderia imaginar que aquela arma poderia nos aniquilar?

Eu sempre fui uma esposa fiel e obediente. Nunca contrariei nenhuma de suas decisões. Mas naquele dia eu peguei a arma e quis observá-la. Nem sei o motivo que me levou a pegá-la. A criança entrou no quarto e a arma disparou.

Ninguém acreditou em mim.

Acharam que eu fiz propositalmente.
Eu, matando meu próprio filho?
Ele tinha oito anos e era uma criança linda.
Feliz, tão educado.

Eu fui condenada, meu marido nunca me perdoou.

Fui condenada e desencarnei na prisão vítima de pancadaria. Eu sofri muito mais por arrependimento daquele dia fatídico.

Nenhuma dor poderia ser maior do que saber que eu puxei o gatilho que matou a criança que saiu de mim.

Quando um filho adoece a mãe sofre, por uma gripe a mãe sofre. Quando a criança se machuca a mãe deseja o sofrimento pra ela.

A mãe que se importa não quer ver filho sofrer, mas eu causei o sofrimento do meu filho e a minha dor me arruinava.

Acho que foi isso o que me matou, não a surra.

Até hoje é difícil falar do assunto porque eu ainda me penitencio. Sei que ele está bem. Já se tornou um rapaz aqui no plano espiritual e veio ter comigo uma conversa para quebrar as amarras deste sofrimento.

Como foi bonito quando reencontrei meu filho.
Tão belo e risonho ele me abraçou e disse que me agradecia pelo esforço que tive para livrá-lo de um sofrimento maior. Eu não entendi.

Chorei e pedia perdão quando ele explicou que seria muito pior a tortura que ele atrairia, mas eu consegui a concessão de fazer o que foi feito e assim ele desencarnou de forma rápida e sem torturas.

Eu ainda não entendo. Fiquei doente por causa da culpa e ainda me trato. Mães aproveitem cada segundo que tiverem ao lado dos seus filhos. Como é triste perdê-los.

Agradecer todos os dias por seus sorrisos e também pelas travessuras. Abraçar e beijar sempre que possível. O amor é a maior fonte de educação e exemplo de respeito e lealdade.

Que Deus abençoe suas missões e lhes conceda vida longa, assim como pra seus filhos.
Estefânia
11/12/16
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As situações embaraçosas que enfrentamos para que ela ficasse tranquila no lar que construíram.

Eu nunca aceitei aquilo. Fiquei maquinando como poderia colocar um fim naquela alegria dos dois.

Como é triste a vida de quem ama e não tem o outro. Eu o amei de todo o meu coração e dediquei a ele os melhores anos da minha vida e pra quê? A ambição joga qualquer amor no lixo. Ele a viu e ficou fascinado por tanto luxo.

Casou-se com ela e eu virei a outra. Não tinha o que fazer. Era só sofrimento e resto. Tramei morte, mas a covardia me impediu de consumar o fato.

Tentei sumir e deixá-los com a vidinha deles, mas eu não sabia viver sem o cafajeste. Como eu o amo. Depois de tantas décadas é um amor bandido. Nunca quis ser mulher de homem casado, mas fui.

É, por isso, que não se deve falar da vida dos outros porque a gente só sabe o que fazer quando vive a situação.

Todo mundo é errado. Falso moralismo não é pra mim não. Estou ouvindo muita gente falar que não se deve separar casal, não se meter no casamento alheio, mas no meu caso não deu. Eu cheguei primeiro e ainda virei a amante. Difícil. Só acabou quando ele desencarnou.

As duas no velório, triste. Foi tão deprimente que ela ainda me abraçou, acho que sempre soube de mim.

Eu fiquei com pena dela. Ela gostava do descarado, tanto quanto eu. Ficamos amigas e no fim eu nem sei do que me arrependo. Nunca mais vi o Antônio.

Nossas vidas não se cruzaram mais. Acho que era um amor da matéria.

Ela não.
Nos vemos sempre.
Somos muito parecidas e nos auxiliamos aqui.
Eu adoro a Solange. Ela é uma irmãzona.

Dizer que as esposas podem tudo no lar se houver amor. As esposas tem o poder de elevar o marido se quiserem. As esposas com um jeito doce e manso podem guiar o marido no caminho reto sim. Foi tanto tempo dialogando com a Solange pra saber que triângulo não é bom pra ninguém. Eu devia ter me afastado ou ela se imposto e colocado um chega na situação, mas as pessoas fazem o que é possível. Que Deus abençoe a todos.
Carolina
11/12/16 

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Não são só as mulheres que amam.

Os homens quando amam se envolvem de todo o coração. A Letícia foi e é a mulher da minha vida.

Linda, meiga e carinhosa. Me deu três filhos belos que encheram nossa casa de alegria. Eu sou grato por nossos momentos, minha flor. Acreditei que o pouco que tínhamos era o suficiente para sermos felizes e me esqueci que todos nós temos nossas ambições.

Enquanto eles eram pequenos foi mais fácil, porém quando cresceram nos envolvemos em situações que desconhecíamos.

O Afonso se envolveu com a criminalidade e eu não me dei conta de que o menino precisava de um pai com pulsos mais fortes. Eu fracassei minha amada.

Penso que deveria ter sido mais enérgico com ele.

Nós devemos conhecer os habitantes da casa. Reconhecer suas limitações e precisamos tratar cada um de uma forma para sermos pais eficientes.

Uns não precisam de tanta autoridade, mas outros precisam de autoridade, disciplina e olhares mais atentos. Eu falhei.

Ele foi chegando em casa alcoolizado, machucado, drogado. Chegou a nos ofender e conversas não foram suficientes pra salvar o menino.

Eu peço perdão.

Sei que aquele roubo foi tramado para que ele morresse e quem recebeu o tiro fui eu. Nisso eu lamento por um lado, mas por outro dei graças a Deus que não foi o nosso menino.

Eu sinto saudades de todos. Eu sinto falta. Não existe acidente que não possa ser evitado pela espiritualidade se for dos planos de Deus, mas devia acontecer e aconteceu.

Eu sinto muito porque isso não fez o menino ter consciência dos atos dele e você segue a vida com apenas dois dos nossos três filhos. Não o procure porque se Deus permitir ele seguirá o caminho correto, mas senão pode ser perigoso pra vocês também.

Eu pretendo ajudar, mas no momento só posso emitir vibrações de paz e proteção porque ainda não estou ajustado para protegê-lo. De qualquer forma, minha querida, tenhamos fé porque ninguém está desamparado neste mundo.

Todos nós temos aqueles que estão ao nosso lado, e tentam nos encaminhar no bem.

Seguiremos confiantes que num futuro próximo nosso menino voltará a ser o mesmo de antes e que Deus te abençoe amada.
Sempre te seguirei os passos, sempre te amarei. 
Leonardo

11/12/16

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“Eu Acredito em Papai Noel”  E Vocês acreditam?

É verdade que aquela aparência me beneficiou.

Durante muitos anos na época de Natal eu me vestia de Papai Noel e me passava por ele nos locais que atraíam a atenção das pessoas.

Inicialmente eu fazia como fonte de renda porque para um senhor naquela idade era difícil arrumar emprego e nem sempre a aposentadoria paga todos os custos de um idoso.

Me chamaram para ficar numa drogaria e eu aceitei. Naquele ano eu senti uma emoção que jamais despertara dentro de mim. Colocaram uma cadeira linda e eu me sentei nela vestido de bom velhinho.

Todos os transeuntes me admiravam como se eu fosse uma lenda viva. As crianças brilhavam os olhos, mas por vezes eram os adultos que mais se aproximavam perto de mim. Segurei muitos no colo, mas também recebi abraços que não tinham idade.

Todos me desejavam paz, todos me acolheram.

A verdade é que ganhei muito com tudo aquilo, muito mais do que o dinheiro poderia comprar. Eu aprendi que a esperança é importantíssima e que, as vezes, é necessário uma ilusão de que alguém cuida de nós, alguém se preocupa com a gente.

Eu vivi aquilo intensamente e nunca mais quis deixar de ser o Noel. Então, a partir daquele ano eu não parei mais. Tinha a roupa cuidada com esmero e eu mesmo me apresentava nos locais específicos para trabalhar como Noel. Pra mim era sim um trabalho, um ato de doação. Quando não precisei do recurso material, fazia tudo sem a necessidade da paga porque o que me completava era alegria de servir.


Saibam que quem doa quando encarnado recebe a permissão de doar desencarnado. E assim, eu, como tantos outros Noéis, trabalho em prol do Natal para que haja harmonia e paz nos lares.

Nós não doamos recursos materiais, mas distribuímos energias que completam o vosso ser de bem estar.

Agradecido, desejo a todos um Feliz Natal!
João Noel
18/12/16

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A vida sempre pareceu muito dura comigo.

Após os cinquenta anos eu perdi minha esposa num acidente e como não tínhamos filhos, eu fiquei só.

Triste e desiludido não me preocupei com mais nada, apenas esperava pelo fim e quando me dei conta estava na rua mendigando porque a barriga doía de fome.

Pouco me importava onde dormia, eu me lembrava de Ana e sentia a dor da saudade. Os cabelos e a barba brancos da velhice cresciam a vontade e as rugas estampavam o rosto amargurado, mas um dia uma moça bela viu em mim uma imagem que ninguém via.

- Tão parecido com o Papai Noel – disse ela.

Ela se sentou na guia e me ofereceu um trabalho. Eu recusei, mas ela se esforçou tanto pra me convencer que me agradei da situação.

Ninguém falava comigo e ela me desejava como Papai Noel.
Eu aceitei, ela me recolheu, cuidou de mim, deu um local pra dormir, lá na loja e eu me arrumei como Papai Noel.

Nem eu acreditei quando me olhei no espelho. Foi mágico! Não sei se conseguem entender, mas tudo faz parte do poder mental.

São muitas pessoas crendo num ser no mesmo dia.
Isso enche o Universo de energia do bem que conspira para que coisas aconteçam.

Eu me modifiquei naquele instante. Nem preciso dizer o quanto fiquei agradecido, o quanto desempenhei satisfeito aquela tarefa e nos demais anos que se passaram. Eu fui Papai Noel por vinte anos. E adorei cada um deles.

Aqui na espiritualidade auxilio há setenta anos terrestres.

Espero que vocês nunca desistam dos seus sonhos. Que Deus os abençoe com um Feliz Natal.
Afonso Noel
18/12/16

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Ele estava fraquinho e mesmo assim ainda desejava continuar.

Eu preparava tudo com imenso prazer. Sempre fui caprichosa. Separava as roupas meses antes e reformava quando era necessário. Já no finzinho estive ao seu lado porque me preocupava se ele iria passar mal, mas mesmo assim não deixamos de aparecer vestidos de Papai e Mamãe Noel nem um ano sequer.


Meu marido Enoc sempre foi um anjo em forma de gente. Ele auxiliava a todos que podia, o ano todo.

Fazia mesmo brinquedinhos para as crianças e eu costurava. Isso fazia parte de nós, era o que nos impulsionava. Tivemos quatro filhos e todos eles nos apoiaram.

São pessoas maravilhosas que nunca questionaram a nossa necessidade de ajudar com o que tínhamos. Quando em nossa casa sobrava nós sempre dividíamos com quem Deus nos enviasse.

E assim a vida foi passando até que no último ano ele me observou e falou que seria o derradeiro, pois ele já estava velho e cansado. Eu também estava com o corpo cansado demais para continuar.

Nós vivenciamos aquele Natal com todo o nosso amor e em janeiro, no dia 25 ele retornou à pátria espiritual. Eu ainda fiquei por mais dois anos, mas não tive ânimo para seguir sozinha.

Quando retornei à pátria eu o vi tão belo e reluzente com um gorro esplendoroso na cabeça. Era o meu Papai Noel.

Quanta alegria em vê-lo. Meu esposo, meu companheiro, veio me buscar para que juntos pudéssemos seguir trabalhando em nome do Natal.

Estamos neste trabalho há mais de cem anos e a providência divina nos possibilitou adentrar um grupo onde fomos acolhidos com imenso amor.


Sigam irmãos na paz do Senhor sabendo que a fonte para nossa elevação é festejar em nome de Jesus, nosso Mestre. Sempre!
Joaquina Noel
18/12/16

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Abençoada oportunidade que temos tido em manifestar nossas emoções e almejamos despertar em vós as consciências de que somos mais fortes quando estamos unidos no bem.


Eu adentrei o grupo há aproximadamente setenta anos e sou feliz trabalhando a serviço do próximo.

O trabalho desta falange de Espíritos está relacionado com o Natal e todas as inspirações que esta data nos proporciona. É um dia em que o mundo se concentra num propósito que não deve ser desviado de maneira nenhuma.

Os materialistas e todas as fontes de renda fazem crer que a data é específica para amontoar bens, apenas para trocar presentes ou para ostentar, no entanto, o verdadeiro espírito de Natal, aquele que tentamos manter é o de que os sentimentos nobres que nos foram enviados por Jesus devem suprir toda a humanidade.

Esta é a nossa principal tarefa.

Isso porque nesta época do ano as pessoas ficam mais predispostas a receber as nossas influenciações porque elas se elevam.

Quando pensam no outro, quando se preocupam com alguém nós podemos influenciar com bons pensamentos.
Se estas intenções perdurassem os doze meses já teríamos um mundo muito melhor e hospitaleiro para tantos Espíritos mais elevados.

Nossa intenção é fazer crer.
Sintam o Natal, sintam-nos.
Despertem para o bem.

Deixem os presentes caros de lado e tentem se lembrar dos seus afetos. De todas as pessoas que por algum motivo foram esquecidas. Lembrem-se, o dia de Natal permite que aflore o perdão.

Permite que as pessoas retirem suas máscaras e sejam verdadeiras. Que Jesus os inspire neste Natal.
Com amor.
Isaías Noel
18/12/16


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"Alguns amigos espirituais interessados em se fazer ouvir"


Pra mim era só mais um Natal.

Os anos passaram rápidos e tudo era tão triste que eu me esqueci do que era solidariedade.

A verdade é que quando minha mulher saiu de casa levando nossos dois filhos eu me arrependi de todo o mal que havia causado a eles, mas foi tarde demais porque ela não aceitava as minhas desculpas.

Ela partiu e eu fiquei anos na mais triste solidão. Me acostumei a ser sozinho e não acreditava nas pessoas porque os meus não me queriam, então era duro de acreditar que estranhos podiam se preocupar comigo sem desejar algo em troca. Eu não tinha nada a oferecer a ninguém, nada de bom porque sempre fui muito severo com todos.


Mas naquele Natal tudo foi diferente. As vizinhas apareceram para celebrar o Natal e apesar da minha renúncia elas entraram e me deram um prato de comida caseira, fresquinha.  Era tudo tão simples e eu me senti reconfortado e feliz. Era como se as coisas pudessem funcionar novamente.

Eu agradeci tudo o que havia recebido de todo o coração e decidi procurar por eles.
Minha esposa não me quis de volta, não seria possível apagar aquelas marcas, mas nós nos falamos com moderação e ela me perdoou.

Meus filhos me olharam estremecidos e aceitaram que o pai era um louco com problemas, eles voltaram a me chamar de pai oito anos depois, nós nunca mais ficamos separados.

Eu me transformei pela caridade dos estranhos. E aquele Natal mudou para sempre minha história de vida. Eu mudei minhas convicções e minhas atitudes para iniciar uma transformação pessoal que possibilitou que eu doasse trabalho para auxiliar quem necessitava e isso me beneficiou até hoje quando, após o desencarne, eu posso atuar num grupo de trabalhadores durante o Natal.

Nós incentivamos os encarnados com trabalhos de caridade e muitos podem ser beneficiados. Quando, muitas vezes, eu observo alguém carente de afeto e atenção, me lembro do que vivenciei. O mais importante do Natal é poder desempenhar este amor que habita em nós. Sermos generosos para nossos semelhantes. Que vocês possam vivenciar isso todos os dias a partir deste Natal.

Cleomar
25/12/16

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Sempre foi um momento especial quando todos nós nos reuníamos em volta da mesa farta e sorriamos a vontade.

Nossos genitores contemplavam os filhos adultos e todos os netinhos que faziam travessuras com as boquinhas adocicadas.

Era um Natal fantástico.

Eu me sentia imensamente feliz e tão agraciada de tê-los comigo. Mas os bons momentos não duram para sempre e por conta de doenças e de idade avançada, num período de cinco anos meus amados pais desencarnaram.

Eu não podia supor que nossa família era tão frágil. Tudo o que nos unia era a presença deles. Após o desencarne dos patriarcas meus irmãos se soltaram e nós não conseguimos mais nos reunir. Ficava só a lembrança e uma imensa saudade.

Aos poucos os sobrinhos nem conseguiam saber quem eram os tios. Nós nos afastamos para sempre. Eu me lembro de tudo com tanta clareza e sinto um triste pesar porque não imaginava que o nosso amor era vulnerável assim. Eu tentei me aproximar deles e nunca consegui. Os motivos eram vários. Cheguei a pensar que fosse por causa da situação econômica que nunca foi tão tranquila e confortável, mas em minha casa nunca faltou o que comer e nem o acolhimento, afeto sempre tivemos de sobra.

Eu desejo que todos possam valorizar as pessoas pelo que realmente são. Que saibam que todos nós temos uma trajetória que se cruza, mas em determinado momento devemos partir para seguir a trajetória individual. Isso nos afasta temporariamente dos afetos verdadeiros, dos sinceros. Tudo o que importa é vivenciar o amor, nada mais que isso. Todo o resto é passageiro e solúvel.

Isabel
25/12/16

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Eu me cansava, mas era um cansaço que me enchia de alegria.

Ficava dias preparando a ceia. Na véspera de Natal eram horas em pé, dor nas costas, pernas inchadas, o rosto macilento que denunciava o forno quente, mas e daí? Eles adoravam o meu tempero.

Eu sempre fui uma cozinheira de mão cheia, diziam eles lambendo os beiços. Adorava receber meus familiares e amigos em torno da mesa decorada e ceiar alegremente com todos eles. Mas a vida dá voltas e meu marido foi demitido da empresa onde trabalhou por anos. Foi difícil arrumar outro emprego com a idade que tinha e um dia o dinheiro acabou. Nossos amigos sumiram e os familiares também.

Eu sofri muito com aquele desprezo.

No auge da penúria resolvi parar de chorar e arregacei as mangas, pois se todos gostavam tanto do meu tempero podiam virar meus clientes, pensei.

Ofereci quitutes e cobrei por este trabalho para que, com isso, pudesse auxiliar o Osmar a pagar nossas contas. Difícil de acreditar que muitos nem queriam me receber, acho que pensaram que eu queria pedir dinheiro. Eu chorei cada vez que percebi que estavam me evitando. Eu gostava de cada um e me senti humilhada, mas orei, orei com tanta fé que recebi o recado do Senhor.

Fiz uns lanches e saí bem cedinho com uma garrafa de café quente. Fui até a estrada e fiquei ali onde eles pegavam ônibus da empresa para trabalhar, neste dia vendi tudo o que tinha e também no outro e no outro. Percebi que ali se encontrava a forma de nos reerguermos e falei pro Osmar me acompanhar, vedemos tudo e depois de algum tempo conseguimos nossa lanchonete e também os dois restaurantes.

Eu agradecia a Deus por ter dentro do meu lar pessoas responsáveis e companheiras que me auxiliaram.

Meu marido e meus dois filhos unidos fizeram dar certo com muito trabalho e dedicação. Nossos amigos tentaram se aproximar de nós, mas já não havia espaço para eles em nossas vidas. Eu aprendi que sofri com o afastamento deles e foi necessário para saber que, de repente, nós não precisamos da casa cheia para sermos felizes, mas de pessoas que realmente nos amam e estão ao nosso lado em situações boas e ruins.

Pessoas sinceras que te impulsionam e te amparam se você precisar. Estas pessoas ficaram e estão ao meu lado até hoje e é graças a elas que eu me sinto realizada.

Eu agradeço a Deus por todas as oportunidades que tivemos de melhorar.

Generosa
25/12/16

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Nós trabalhávamos tanto, mas era difícil equilibrar o orçamento.

Muitas crianças, aluguel, nós vendíamos milho verde. Tinha que vender muito milho verde pra comprar uma ceia. Nem sempre tinha o peru que passava na televisão.

As crianças queriam presentes e também pra eles o dinheiro não dava. Triste ver o filho desejando uma bola e não poder comprar. Eu queria agradar a todos, mas não dava.

Nunca deu, era a prova.

Não podia ter mais do que aquilo mesmo. Por isso, ninguém pode se revoltar porque tem que ser resignado. Só Deus sabe o que importante pra gente aprender. Se naquela época tinha tanto e eu preferia jogar no lixo do que dar pros empregados, tive que enfrentar a pobreza desta vez. Valeu!

Eu aprendi na dor, mas aprendi. Confesso que chorei de raiva de ver a criançada rica fazendo birra com os pais. Criança que tem tudo e ainda é esnobe. Em nada o pai consegue agradar.

Dava vontade de falar, então dá aqui o brinquedo que vai fazer sucesso lá em casa.
Fazer o quê?
Não dá pra enxergar gente.

São poucos os que conseguem ver o problema alheio, a maioria só enxerga o próprio umbigo mesmo.
E a gente tem que ser indulgente porque ta todo mundo na caminhada e todos chegarão.

Nenhuma das ovelhas se perderá.

Então, é ter paciência. Lá em casa em dia de Natal o que não faltava era oração. Todo mudo agradecendo o arroz com feijão que nunca faltou, orando o Pai Nosso e pedindo pra Deus dar bastante saúde pra gente ter forças pra criar aquelas crianças. Todo mundo vingou. Não teve bandido, não teve nada de ruim.

Pobre, mas tudo com amor no coração.

Gente boa mesmo. Eu tenho orgulho de todos e agradeço ter podido ver até hoje os meus filhos, netos e bisnetos. Como eu queria ter dado mais alegria pra eles. Alegria material eu não pude não.

Eu tentava alegrar brincando e meus meninos lembram disso até hoje. Ontem fui na casa deles e pude ver as lembranças das cócegas e das gargalhadas.

O pai não esquece não.

Aqui é tudo mais real. Eu amo vocês. Nunca se esqueçam do que realmente importa no Natal.
Eu tenho orgulho de todos.
Com muito amor.
Gumercindo

25/12/16  



"Tenham a certeza que a cada um será dado segundo as suas obras" 

Ainda existe luz.
Ainda existe tanta esperança que tudo será possível se acreditarem.

Todos os anos em datas especiais ou, então, quando alguma coisa choca o mundo, as pessoas se mobilizam para auxiliar, mesmo que elas não saibam disso.

De forma consciente ou inconsciente elas produzem com o seu padrão mental uma corrente de energia que pode beneficiar o seu plano e o nosso. É muito bonito ver o que a solidariedade pode fazer em termos de captação energética.

Portanto, o mais sábio sempre é ter bons pensamentos e ser otimista porque se temos fé em Deus, se somos crentes de toda a Sua sabedoria e amor por nós, nós também sabemos que devemos confiar nos Seus desígnios.

O fato é que de nada servem os questionamentos e o negativismo. A exaltação do mal não beneficia ninguém.

Eu tive a chance de trabalhar numa equipe médica fantástica e infelizmente pude ver diariamente tantos feridos, tantos morrendo diante de mim que, às vezes eu desejei não ir trabalhar porque doía ver a dor das pessoas e eu nem sempre pude ajudá-las.

Você passa a se perguntar se vale a pena estudar tanto e se anular um pouco por um compromisso que não depende da sua vontade.

Eu levei anos para entender que todos nós estamos ligados e que na hora da morte ou do desenlace, tanto faz, o que nós não queremos é nos ver sós.

É nesta hora que tudo o que importa é quem você é de verdade. O que importa é o quanto você adquiriu no que não se pode palpar. Quando se está por um fio o que você deseja é ver alguém que te ama e saber que você fará falta, que você é querido.

Eu posso não ter conseguido salvar inúmeros dos meus pacientes, e eu realmente não pude porque estavam em estado gravíssimo, mas nunca permiti que ficassem sozinhos no momento final.

Cheguei a pensar que fosse tolice da minha parte e que aquilo era um desejo só meu, que de repente, eu estava projetando o meu medo para todos eles, mas quando um dia necessitei abandonar tudo e vir para cá, também passei por isso.

Eu tive as mãos carinhosas da minha neta que me confortou e eu jamais me esquecerei daquele momento. Eu tive relatos de alguns que estiveram comigo e eles manifestaram por mim sentimentos maravilhosos e agradecimentos que carrego até hoje.

Tudo isso confirma uma questão tão simplória do amadurecimento humano: nós não nascemos para ficarmos sós. Só evoluiremos se aceitarmos que fazemos parte um da vida do outro. E só preenchemos as lacunas da nossa existência com contato e com afeto. Que neste ano que se inicia vocês possam sentir-se amados e doar todo o amor que receberem.

Lídia
01/01/2017

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Eu sempre achei que nós poderíamos ter feito mais e mais.

Eu desejei fazer mais, porém não houve tempo. Apesar dos oitenta e dois anos trabalhando com afinco para que eles pudessem receber moradia eu ainda achava que era pouco.

O tempo passa tão depressa e a mente é uma coisa de louco porque quanto mais se vive, mais ela fica treinada. Pelo menos no meu caso as ideias jorravam e era um despertar da memória que estava lúcida e totalmente automatizada para os assuntos mais importantes.

Foi formidável chegar até aquele ponto de minha vida, mas eu deixei tanto inacabado. Nós não sabemos o momento de partir e quando ele chega a vontade é de pedir para esperar um pouquinho.

Não dá. Chegada a hora, as malas devem estar prontas. Cheias do que foi conquistado no ranking dos afetos e de tudo o que foi armazenado de interessante.

Eu adquiri muito pra levar na mala, não posso me queixar. Mais trabalhei do que qualquer outra coisa, mas era minha paixão defender os interesses humanos, um idealista, talvez um filósofo, mas um defensor público, esta era a minha lei.

Negro com orgulho. Acreditando na igualdade acima de tudo. Cristão, graças a Deus. Em nome de Jesus levantei uma bandeira que rendeu frutos para muitas famílias e também me rendeu uns sopapos, uns pontapés. Tapa na cara que ofendeu, mas não derrubou a muralha.

Eu sempre estive de pé agradecendo a Deus por tudo de bom que eu tinha, sempre. Família, trabalho, uma casa modesta, mas minha. Tudo com honra, com dignidade.

Faz muito tempo e quando vejo esta moçada aí que faz tudo sem um ideal, que se judia com droga, com bebedeira, isto me aniquila.

Uma juventude com tudo facilitado. Aparelhos modernos e sofisticados, mudança lenta nas leis, mas que já favorecem um pouco a minoria.

Por que eles não acham o seu ideal?
A sua fonte de inspiração?
Onde estão estes pais apaixonados por tudo?

Pelos cônjuges, pelos filhos, pela vida, pais que os inspirem? De quem é a frieza desta sociedade?

Pensemos um pouco nestas folhas secas caídas ao chão. Não basta recolhê-las e jogá-las fora. Outras cairão.

Algo tem de ser feito e rápido. Eu queria ter tido mais tempo, mas usei tão bem o tempo que tive.

E vocês o que têm feito do vosso tempo?

A qualquer momento se apresenta a hora do retorno e o que terão feito?

Que Deus os abençoe pelas escolhas tomadas e também por todas que são ignoradas.
Teodoro
01/01/17

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Já dizia Kardec que as mensagens devem ser analisadas.

Primeiramente pelos médiuns e depois por todos aqueles que estiverem em contato com elas. O nível da mensagem sinaliza se foi de um Espírito interessado em fazer o bem ou não. Isso pode demonstrar o grau de instrução e também de elevação, de hierarquia espiritual.

Todas as mensagens trazidas aqui, por meu intermédio, passam por um crivo de análise do plano espiritual de instrutores capacitados para isso. Eu fico autorizado de transmiti-las à médium em questão e isso vem a público por um de nossos colaboradores encarnados.

Portanto, todas as mensagens têm o mesmo intuito.

Todas as mensagens fazem parte de um trabalho único que é o de divulgar alguma questão que é importante para quem já partiu do vosso plano. Mesmo quando a mensagem vem de alguém que se encontra melindroso ou revoltado, ainda assim, tem um componente que deveria ser raciocinado, alguma questão que deve ser analisada para evolução geral.

Deve conter pontos de vista que servem para elucidarmos questões da própria jornada. Os exemplos destas pessoas comuns, de alguma forma, podem favorecê-los.

Isso ainda vai mais além, a intenção é proporcionar para vocês algumas fontes de sensibilidade. Despertar a esperança, a fé, a união, fazer com que vocês se questionem se esta corrida desenfreada para adquirir os bens materiais é mesmo de suma importância.

Fazer questionar quanto ao papel que cada um tem na sociedade, no lar.

Deixar claro que cada um é peça fundamental.

Queremos exaltar Jesus com seu perdão, sua caridade e seu amor incondicional.

Queremos elevar um Deus vivo cheio de misericórdia para com Seus filhos que são cheios de defeitos, mas sim dotados de potencialidades que precisam ser fortalecidas e enxergadas.
Nós cremos na humanidade.

Por isso, todo este trabalho. Para provar que ninguém está sozinho, que o bem sempre triunfa e que é fundamental produzir este bem.

Espero ter despertado em alguns esta conscientização. Eu, que sou apenas um dos tantos que trabalham para desenvolver esta causa no plano espiritual, agradeço por tudo o que pudemos desempenhar neste ano.

Acredito que aos poucos podemos mudar, tenho fé e esperança, nos esforçamos para isso. Quanto às suas rogativas, tenham a certeza que a cada um será dado segundo as suas obras. Sejam seres de luz.
Erasmo Gurgel
01/01/17

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Imenso privilégio trabalhar com este grupo de Espíritos que se empenha em propagar a fé.

É uma honra aprender com eles e ser o instrumento de intercâmbio. Fazer prevalecer o direito de alguém que quer fazer o bem é muito bom.
Durante todo este ano foi possível ter várias nuances, participar ativamente de várias vidas. Isso porque as sensações são verdadeiras e por alguns instantes eu fui todas as pessoas que desejaram falar.


Eu me emocionei, sofri, chorei e compreendi que o importante é viver completando as lacunas que nos preenchem com coisas boas.

São os nossos afetos sinceros que transformam a nossa vida em plena satisfação e, por eles, tudo vale a pena.
Aprendi que a indulgência deve ser a virtude mais praticada porque com ela podemos vivenciar muitas outras.

Todos nós somos iguais e poder estender a mão a quem precisa nos faz sentir úteis e bons. Isso nos aproxima de Deus.

O perdão é difícil de ser praticado porque quando alguém nos fere, dói, mas devemos tentar a cada dia vencer nossas imperfeições e ter a certeza de que a ofensa, muitas vezes, é recíproca. Nós também produzimos o mal e devemos nos esforçar para combatê-lo.

Seguir Jesus sempre. Ele como exemplo de homem perfeito pode nos fazer evoluir gradativamente.
Eu agradeço a todos aqueles que, apesar de possuírem diferentes crenças, nos respeitaram por mais difícil que possa ser a aceitação desta realidade que insistimos em apresentar, nos respeitaram.

E para aqueles que nos seguiram, curtindo, comentando e, assim incentivaram e impulsionaram o trabalho que, por vezes, enfrentou obstáculos para ser realizado, os nossos mais sinceros agradecimentos.

As pessoas não têm ideia do quanto nos auxiliam com suas palavras de encorajamento.
Que no próximo ano seja possível continuar. Do lado material com mais disciplina, estudo e perseverança eu garanto, tentarei ser fonte fidedigna de intercâmbio mediúnico. Tentando vibrar mais, irradiar mais como é a proposta de todo o trabalho feito por esta equipe. Que Deus nos abençoe sempre.
Paula Alves

29/ 12/ 16 



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